A Enfermagem e o Sol por Elisabete Vitorino

A ENFERMAGEM E O SOL
Encontramo-nos numa época em que se salientam mais os perigos do sol que os próprios benefícios, contudo estes também existem.


O sol aquece-nos, é essencial á nossa existência e influência de certeza os nossos estilos de vida. Pode revelar-se um excelente tratamento em certas formas de depressão sazonal que se manifestam sobretudo no sexo feminino. Os sintomas desaparecem todos com o regresso do sol. O sol também pode contribuir para melhorar certas afecções da pele.

No entanto, é necessário preservar a nossa pele de uma exposição solar excessiva e das suas consequências. Devemos, por isso conciliar o prazer que o sol nos oferece com a nossa saúde, sabendo que esta não depende só da nossa herança genética, mas também dos nossos comportamentos e hábitos de vida, do ambiente físico e social em que nos encontramos e da oferta de cuidados de saúde tanto preventivos como curativos.

Os enfermeiros pela natureza e especificidade das funções que exercem, proximidade, intimidade, tempo de contacto com os utentes, entre outras, representam um grupo profissional muito importante para a educação em saúde. O enfermeiro enquanto prestador de cuidados tem um contacto directo e privilegiado com os seus doentes, Tendo por isso, um conhecimento global de cada um deles, visto ter acesso á síntese das suas diferentes patologias e ao conhecimento dos seus hábitos de vida e ambiente familiar.

Neste âmbito, o papel da enfermagem é fundamental no rastreio e na prevenção dos cancros cutâneos. O enfermeiro deverá investir na prevenção primária sobretudo a nível dos cuidados de saúde primários. Falar de prevenção é falar de esperança de vida, é investir na saúde. Assim, o enfermeiro deverá actuar essencialmente ao nível da prevenção primária. A prevenção primária é definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como aquela cujas acções visam reduzir a incidência de determinadas doenças numa dada população, diminuindo o risco de aparecimento de novos casos. Agir em prevenção primária é agir sobre factores determinantes da saúde: os comportamentos e as condições de vida e ou ambientais (exposição ao sol, entre outras). Deste modo, o enfermeiro deverá planear e realizar intervenções/acções de enfermagem, no âmbito da promoção da saúde, onde deverão incluir as acções de sensibilização para os perigos do sol, com o objectivo de alertar/sensibilizar para a prevenção do risco solar.

Nestas acções, pode-se alertar para como fazer a identificação dos indivíduos em risco de virem a desenvolver um cancro cutâneo nomeadamente:
• Os indivíduos de pele clara que exercem profissões ao ar livre;
• Os indivíduos ávidos de sol que se expõem frequentemente ao sol e sem protectores solares;
• Os indivíduos com múltiplos sinais ou com uma síndrome dos nevos displásicos.
No cancro de pele a prevenção primária tem por objectivo consciencializar as pessoas, particularmente as crianças e os adolescentes, para os riscos da exposição solar excessiva, levando-as a modificar crenças e atitudes e a alterar comportamentos errados.

Neste contexto, o enfermeiro representa um elo de ligação muito importante para a promoção da saúde das populações onde está inserido. Sensibilizando as famílias e divulgando informação, dado a sua proximidade com os doentes permite-lhes também divulgar informação não apenas sobre os riscos do sol mas também sobre as medidas de protecção dos mesmos, no dia-a-dia e nos períodos de ferias. Pode-se igualmente aconselhar os doentes sobre a utilização adequada dos protectores solares.

Sendo assim, a prevenção primária neste âmbito tem como meta reduzir a incidência dos cancros cutâneos numa dada população. Esta acção implica por parte dos enfermeiros o conhecimento de um certo número de factores de risco sobre os quais se pode intervir.

Sabendo nós que, no que respeita ao cancro cutâneo, o risco comum a todos eles é a exposição solar excessiva. Este encontra-se associado ao ambiente e á exposição aos raios ultra violetas.

Portanto a meta da prevenção primária será reduzir este risco, logo as acções desenvolvidas devem identificar o risco, ajustar-se é medida desse risco, definir objectivos, transmitir mensagens no sentido de mudar comportamentos e serem submetidos à avaliação dos seus resultados.

As iniciativas que poderão ser desenvolvidas pelo enfermeiro no âmbito da prevenção primária podem assumir várias formas:
• Campanhas de informação, através da distribuição de múltiplas brochuras informativas que constituem um instrumento essencial para a prevenção primária;
• Acções de formação dirigidas ao pessoal de saúde, professores, pais e educadores;
• Sessões de esclarecimento interactivas nas escolas, universidades e locais de trabalho, principalmente, com as pessoas que tem profissões ao ar livre, pois estas populações sofrem de um risco acrescido para o envelhecimento cutâneo e para o aparecimento precoce de cancro cutâneo.

No que se refere à prevenção primária destinada ás crianças esta deverá incidir a montante na formação dos professores e dos monitores de actividades desportivas ao ar livre e, sobretudo no exemplo dado pelos próprios pais.

Seria importante, que o Ministério da Educação tomasse a iniciativa de integrar a protecção solar nos seus objectivos pedagógicos.


AUTO-EXAME DA PELE COMO PREVENÇÃO DOS CANCROS
CUTÂNEOS
O auto-exame da pele é um exame feito com regularidade pelo próprio individuo com a intenção de detectar nevos pigmentados ou outras lesões suspeitas. Deverá ser feito de 2 em 2 meses.

Apresenta várias limitações:
• Depende inteiramente da vontade e da determinação da pessoa em realiza-lo;
• Requer que o indivíduo adquira conhecimentos básicos que lhe permitam reconhecer uma lesão suspeita;
• Dificuldade ou mesmo a impossibilidade de observar certas zonas do corpo, como as costas, as nádegas, a face posterior das coxas, o pescoço, a zona retroauricular e, claro, o couro cabeludo.

O auto-exame da pele revela-se particularmente justificável em certos grupos identificados como população de risco:
• Antecedentes pessoais de melanoma ou outros cancros de pele;
• Antecedentes familiares de cancro de pele
• Presença de nevos atípicos
• Existência de nevos múltiplos
• Fenótipo claro e fototipo baixo

Os enfermeiros têm um papel essencial como formadores no que respeita ao ensino do auto-exame da pele e na detecção dos grupos de risco e sensibilização das pessoas para o realizarem.

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