O pediatra e o sol por Luís Pinheiro

Toda a educação que temos o dever de dar no que diz respeito à protecção solar, deve começar logo após o nascimento, pois quanto mais cedo forem cumpridas as normas e conselhos, menos efeitos poderemos ter no futuro, sabendo-se que cerca de 80% da exposição solar ocorre nas primeiras 2 décadas de vida, e que uma protecção cuidadosa durante a infância pode reduzir o risco de cancro cutâneo em cerca de 78% dos casos.

Sendo Portugal um país de sol e praia, culturalmente somos confrontados com os seus benefícios. Se nem sempre é fácil fugir ao acréscimo de exposição solar pela nossas condições geográficas e climáticas, frequentemente ocorrem excessos com efeitos precoces, quase sempre subvalorizados (escaldões, queimaduras solares) e por isso raramente observados pelos pediatras, e eventualmente tardios, que só anos mais tarde se irão manifestar.

Apesar de tudo, a informação e o acesso a ela são, hoje em dia, muito maiores, quer nos meios de comunicação, quer através de campanhas como as que são feitas pela Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo.

E são do conhecimento geral os cuidados que devemos ter com as crianças, como a evicção solar, se possível até aos 12 meses e particularmente entre as 11 e as 17 horas, o uso de protecção solar sob a forma de chapéus de sol, chapéus de abas largas e roupa adequada, óculos de sol e protectores solares com índices de protecção e características adequados às crianças, sempre utilizados em quantidade adequada ainda em casa, e renovados cada 2 horas e após os banhos na água.

Luís Pinheiro
Chefe de Serviço de Pediatria – HPP Hospital de Cascais