Lesões Pré-Malignas e Cancro da Pele Não Melanoma por Margarida Rafael

O cancro da pele é o cancro mais frequente da espécie humana e a sua incidência continua a aumentar pelo que a detecção precoce e respectivo tratamento são objectivos importantes que implicam o envolvimento da sociedade em geral e, em particular, dos profissionais de saúde.


Existem vários tipos de cancro da pele dos quais os mais frequentes são o carcinoma basocelular (CBC) e espinocelular (CEC), em particular os CBC que correspondem a 70-80% do total.

O diagnóstico é essencialmente clínico e só raramente são necessários exames complementares. Em caso de dúvida, deverá ser efectuada previamente uma biopsia cutânea.

Distinguem-se 4 tipos clínicos de CBC, dos quais o mais frequente é o CBC nodular. Surge em geral a partir dos 60 anos e atinge predominantemente a cabeça e o pescoço. É um tumor de baixa malignidade e de evolução lenta mas, se não for detectado, pode ocasionar mutilações importantes. No entanto, a metastização ganglionar ou à distância é excepcional pelo que raramente compromete a vida dos doentes.

O CEC surge em geral mais tarde (>70 anos), em áreas cronicamente expostas ao sol (face, área do decote, dorso das mãos e antebraços) e tem uma evolução mais rápida (em semanas), sendo localmente agressivo. Surge muitas vezes sobre lesões pré malignas como a queratose e queilite actínica e, mais raramente, sobre radiodermite, cicatrizes ou feridas viciosas crónicas. Ao contrário do CBC, pode metastizar, o que acontece mais frequentemente nos CEC de grande dimensão ou invasão em profundidade e nos que atingem o lábio, pavilhão auricular ou genitais.

Existem diversas opções terapêuticas possíveis, sendo a cirurgia clássica o tratamento de primeira escolha. Em casos seleccionados poderão ser tratados por outros métodos cirúrgicos (criocirurgia, electrocirurgia, laserterapia) ou por radioterapia.